Em meio ao processo de profunda mobilização por qual passa a Universidade de São Paulo, com quase a totalidade do corpo discente encontrando-se paralisada pelo atendimento imediato ás demandas por uma Instituição de Ensino Pública, com os pilares da transparência e democracia na execução/desenvolvimento de uma Estatuinte Livre e Soberana; a Reitoria, em uma ação covarde, investe novamente contra um espaço de reconhecida importância para a auto-organização de uma comunidade que vem sendo alijada da USP desde o cerceamento do seu acesso ao ensino até o tratamento que lhe é dispensado fora dos muros da universidade cotidianamente.
O episodio dessa quinta-feira no Núcleo de Consciência Negra; que notadamente se responsabiliza pela manutenção de cursos e atividades dirigidas a estudantes e não estudantes negros dentro do campus há mais de duas décadas, e que hoje teve suas atividades comprometidas pelo intenso deslocamento de caminhões a espera de segunda ordem para remoção do espaço; adianta a grave disposição do reitor João Grandino Rodas em passar o cumprimento de uma agenda que prevê a entrega da Nova Reitoria até o final do seu mandato, uma reitoria em cujo planejamento se localiza o NCN como entrave físico.
Entendemos nesse sentido não só ser necessário reiterar o apoio ao Núcleo que tem na sua trajetória a luta pela implementação de um programa de Cotas raciais na universidade (ponto que os estudantes de História incorporaram em fórum deliberativo, como bandeira do curso durante o processo, entendendo como fundamental para o mov. de democratização) como afirmar nossa prontidão em prestar qualquer auxílio que nos seja demandado.
Repudiamos nova tentativa de amedrontamento aos participantes e envolvidos com o Núcleo, e exigimos a retirada imediata de todas as máquinas para ter início frente de diálogo.
Apoiamos a abertura de uma mesa de discussão para a criação de uma Casa de Cultura Negra na USP
24 de outubro de 2012