Carta a estudantes, professores e funcionários

Caros (as) Estudantes, Professores e Funcionários (as),

Em assembleia realizada na noite de segunda-feira, dia 18 de novembro, os estudantes do curso de História, separadamente dos estudantes da Geografia, deliberaram o término da greve estudantil.

O fim da greve não significa, nem deve significar, o fim da luta por uma universidade melhor. Com este período de mobilização ficou mais do que claro o interesse de estudantes na democratização da USP. Esta é fundamental, e temos muito por que lutar e conquistar.

Com tudo isso em vista, os (as) estudantes presentes na assembleia tiraram um calendário para dar sequencia na mobilização. Além disso, procuram, com esta carta, comunicar a todo departamento, aos professores, aos funcionários, e aos estudantes que não estavam presentes, as discussões e decisões para esse calendário.

Na data em que foi realizada a reintegração de posse da reitoria, dois estudantes do curso de Filosofia, da FFLCH, foram arbitrariamente presos. Há uma enorme preocupação entre nós estudantes do curso, assim como no movimento estudantil em geral, frente à situação desses estudantes.

Os dois rapazes foram presos e enfrentam acusações e processos indevidos na justiça (por formação de quadrilha, por exemplo), por mais que não tivessem qualquer envolvimento com a ocupação do edifício.

Foram ainda, sabidamente, vítimas de violência – não só ilegal e criminosa, mas condenável de infinitas formas. A ação da Polícia Militar, no caso, como em diversos outros, é condenável de uma perspectiva não apenas política, mas de valorização da condição humana, essencial para a sustentação de “Democracias”, de fato.

Esta carta vem, portanto, comunicar ao departamento a decisão tomada em assembleia de realizar uma paralisação do curso, com piquete, na quinta-feira, 21 de novembro, e pedir solidariedade nesta luta.

O dia de paralisação será para a realizarmos atividades, com o conjunto da universidade, em virtude da questão urgente envolvendo os dois estudantes presos (agora soltos) e processados, vale lembrar, de forma INDEVIDA e REPUDIÁVEL. As atividades compreendem um ato, e uma assembleia geral dos (das) estudantes da USP, na Faculdade de Direito, no Largo de São Francisco.

Por meio deste texto apelamos à chefia e ao conjunto dos professores e demais funcionários, para que se solidarizem com nossa luta e respeitem as decisões e métodos votados pelos estudantes de nosso curso.

Atenciosamente,

Estudantes da História, FFLCH-USP
CAHIS USP