Audiência Pública caso Luiz Eduardo da Rocha Merlino – sexta-feira dia 13/12


13/12, sexta-feira – Audiência Pública caso Luiz Eduardo da Rocha Merlino

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 TRANSMISSÃO AO VIVO PELA INTERNET

Todas as atividades realizadas na Assembleia Legislativa de São Paulo têm transmissão ao vivo pela internet. Acesse o link http://www.al.sp.gov.br/noticias/tv-alesp/assista/ e escolha no box o Auditório onde ela está sendo realizada.

COMISSÃO DA VERDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO “RUBENS PAIVA”
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Carta aberta de Suzane Jardim

“Hoje é dia 05 de dezembro. Aniversário de 21 de uma das pessoas que mais amo em minha vida, minha irmã Suzi. Mas não passarei a data ao lado dela e sim, lembrando de como agora há pouco o Seu Sebastião, velhinho boa praça que chegou ontem, morrer no leito ao meu lado após mais de uma hora de esforço médico. Ele foi o segundo que vi falecer desde que fui internada no dia 30 em estado gravíssimo. Após ser jogada do quarto andar de um prédio… Mas esse texto não é sobre meu dia a dia no hospital, toda a minha dor e tudo que perderei nos dias longos que ficarei aqui. O assunto é outro.

Vamos a ele:
Uma bela noite resolvi transar com um homem que eu já havia ficado duas vezes. Senti vontade/tesão e essa é a minha única justificativa e acho que é boa o suficiente pois era algo mútuo e só dizia respeito a nós dois. Após uma longa noite, resolvi confrontar o homem por seu agir, sua fala desrespeitosa, direcionada a mim e a outras mulheres, suas ameaças e sua fala possessiva.

Não foi romântica a nossa primeira vez. Não houve uma discussão frutífera de como ele era uma arma opressora criada pelo patriarcado. Não mandei o meu recado como queria. Apenas cai da janela do quarto empurrada por ele.
Sou solteira. Fui mãe aos 17 anos. Não tenho vontade de casar. Não sou hétero. Sou negra. Desempregada. Tenho problemas psiquiátricos. Falo alto. Danço na rua. Bebo. Fumo. Gosto de sexo. Sou mulher – Se eu não soubesse que ser uma mulher com algumas ou todas essas características faz com que pessoas por aí pensem: “ Deve ter feito algo para o cara ter feito isso” “A história esta mal contada” “ Ela não é santa, deve ter merecido” esse texto não teria porque ser escrito.

Sou um número apenas. Estatisticamente falando, não represento nada. Sei que milhões de mulheres no mundo são humilhadas, oprimidas, violentadas e mortas todos os dias. Sei que ainda mais. Sei que a sociedade contraditoriamente classifica o cara que amamos, casamos, vivemos, transamos desejamos, de “criminoso passional” após ele ter se tornado nosso estuprador, violentador, opressor, assassino (ou quase assassino no meu caso), somente monta um leito confortável e longe dos holofotes para o machismo se esconder – o machismo serve ao sistema e vice-versa e o amor, esse não mata nem oprime.

Entenda a diferença:
1- Jogar qualquer ser humano da janela de um prédio constitui tentativa de homicídio
2- Jogar uma mulher com qual você homem acaba de transar da janela de um prédio, exatamente no momento em que ela joga seu machismo em sua cara e demonstra não ter medo de você na frente de outra mulher é tentativa de homicídio, sexismo, demonstração de superioridade masculina, ameaça para garotas presentes, crime de ódio.
Machismo, isso sim mata e vai continuar fazendo se não gritarmos e lutarmos por nosso simples direito de não sermos violentadas e mortas impunemente.
Autorizei e pedi que amigxs e familiares divulgassem ao máximo meu caso pois vi nele, na improbabilidade da minha sobrevivência e na monstruosidade desse crime, a chance de abrir seus olhos, mulher.

Se você também quer o direito de contestar o que te dói, se quer respeito de seus amigos e parceiros, se quer apenas igualdade, o direito de ser alguém livre e digna, saiba que você o tem desde que nasceu com garantia de que não será exterminada!
Meu direito foi tomado sem permissão e várias liberdades que tinha foram restritas por esse ato: estou presa a uma cama de hospital, com movimentos ultra limitados, fraturas de estado grave, não posso ver ou falar com meu filho, tenho que usar fraldas, após a operações – o que levará meses – carregarei sequelas para toda a vida…Mas sobrevivi e nunca mais me calarão ou poderão tentar achando que minha voz se perderá ao se encontrar com a de milhões.

Não aguarde os extremos!
Imponha-se! Se expresse!
Denuncie! Faço-os ver que não aceitaremos mais o machismo passivamente!
Que a justiça e a lei pensem na mulher!
Sobreviva e lute!

Chorei de alegria em saber que as páginas que curto, pessoas que admiro etc ajudaram o caso a se tornar público. A TV e outras mídias podem fazer suas edições, mas essa carta foi feita para mostrar minha real intenção, minhas reais alegrias e quem realmente agradeço: Quem esta comigo na luta – MACHISTAS NÃO PASSARÃO!
Confesso que não iniciei isso com otimismo ou pensando que teria uma hashtag com meu nome, mas já que assim foi, só agradeço e deixo o último recado amigo a todas as mulheres, amigas e companheiras:

– Não esperem que te lancem em queda livre, mas caso aconteça, aproveite a brisa e aprenda a voar!”

Ata da Assembleia dos Estudantes de História- 26/11/13

Pautas:
1-) Reposição do semestre
2-) Campanha contra a repressão e em defesa dos estudantes processados
3-) Eleições do CAHIS

1-)Reposição do semestre
-Mandar e-mail para todos os estudantes, indicando que se acontecerem problemas com relação a reposição e/ou trabalhos, se procure o CAHIS para que se possa discutir em conjunto com a chefia do departamento.

2-) Campanha contra a repressão e em defesa dos estudantes processados
-Divulgação do abaixo-assinado “Nenhuma punição aos estudantes da USP e retirada imediata dos processos aos 2 estudantes presos!” com passagens em sala.
-Campanha de cartazes no prédio de história e geografia, e em outros cursos que conseguirmos. (Concentração para a colagem dos cartazes na próxima terça, 03/12 às 18h, no Aquário)
-Video com depoimento de estudantes e professores. (Reunião na próxima terça, dia 03/12, às 18h)
-Oficina de craft na quarta dia 27/11, às 18h, no aquário.

3-)Eleições do CAHIS
-Adiamento das eleições do CAHIS para ano que vem. Data a ser discutida na primeira assembleia do ano que vem.

Outros encaminhamentos:
– Doação de 300,00 reiais para a festa “A USP vai ficar preta!”
https://www.facebook.com/events/331881463619658/?fref=ts
-Roda de conversa sobre o balanço da greve – Quinta, dia 5/12, às 18h
-Mutirão de limpeza da sala do CAHIS- Sexta, dia 29/11, às 16h
-Calourada da história unificada com a da geografia – Proposta deixada para ser discutida na reunião da comissão de calourada

-Aprovação da placa com o logo do CAHIS Luiz Eduardo Merlino e doação de metade do valor da placa, que será pago pelo CAHIS.

 

 

 

Comissão Aberta da Calourada História 2014

O fim do ano se aproxima e temos que começar a organizar a calourada do curso de história! A calourada é um momento bastante importante de confraternização e discussão! Esse ano passamos por diversas lutas dentro e fora da universidade, e é fundamental dialogarmos sobre tudo isso com os novos estudantes!

A pauta da primeira reunião será o tema de nossa calourada!

Quinta-feira, dia 28/11, às 18h, no espaço aquário!

Calendário da Semana- 25/11 à 29/11

Segunda

Cervejada do espaço aquário

 

Terça
Assembleia dos Estudantes de História
local: Espaço Aquário

Pautas:

-Campanha em defesa dos estudantes presos

Eleições do Cahis

-Reposição do semestre

 
Quinta
Primeira Reunião da Comissão Aberta de Calourada 2014
local: Espaço Aquário

Pauta:  Tema da Calourada

 
Sexta
Festa: A USP vai ficar Preta!
local: Vão da História e Geografia
*Atividade de encerramento do Mês da Consciência Negra, organizada pelo Núcleo de Consciência Negra da USP

Assembleia dos Estudantes de História- Terça, dia 26/11, às 18h

Assembleia dos Estudantes de História

Nessa terça teremos uma assembleia dos estudantes de história para discutir uma campanha pela defesa dos dois estudantes que foram presos de maneira arbitrária na reintegração de posse da reitoria. Esses estudantes foram liberados, mas estão sendo acusados, entre outras coisas, de formação de quadrilha. Além disso, cerca de 156 pessoas, entre elas estudantes da USP, estão sendo investigados pelo governo do Estado pela participação nos últimos atos ocorridos na cidade.

 

 

Carta a estudantes, professores e funcionários

Caros (as) Estudantes, Professores e Funcionários (as),

Em assembleia realizada na noite de segunda-feira, dia 18 de novembro, os estudantes do curso de História, separadamente dos estudantes da Geografia, deliberaram o término da greve estudantil.

O fim da greve não significa, nem deve significar, o fim da luta por uma universidade melhor. Com este período de mobilização ficou mais do que claro o interesse de estudantes na democratização da USP. Esta é fundamental, e temos muito por que lutar e conquistar.

Com tudo isso em vista, os (as) estudantes presentes na assembleia tiraram um calendário para dar sequencia na mobilização. Além disso, procuram, com esta carta, comunicar a todo departamento, aos professores, aos funcionários, e aos estudantes que não estavam presentes, as discussões e decisões para esse calendário.

Na data em que foi realizada a reintegração de posse da reitoria, dois estudantes do curso de Filosofia, da FFLCH, foram arbitrariamente presos. Há uma enorme preocupação entre nós estudantes do curso, assim como no movimento estudantil em geral, frente à situação desses estudantes.

Os dois rapazes foram presos e enfrentam acusações e processos indevidos na justiça (por formação de quadrilha, por exemplo), por mais que não tivessem qualquer envolvimento com a ocupação do edifício.

Foram ainda, sabidamente, vítimas de violência – não só ilegal e criminosa, mas condenável de infinitas formas. A ação da Polícia Militar, no caso, como em diversos outros, é condenável de uma perspectiva não apenas política, mas de valorização da condição humana, essencial para a sustentação de “Democracias”, de fato.

Esta carta vem, portanto, comunicar ao departamento a decisão tomada em assembleia de realizar uma paralisação do curso, com piquete, na quinta-feira, 21 de novembro, e pedir solidariedade nesta luta.

O dia de paralisação será para a realizarmos atividades, com o conjunto da universidade, em virtude da questão urgente envolvendo os dois estudantes presos (agora soltos) e processados, vale lembrar, de forma INDEVIDA e REPUDIÁVEL. As atividades compreendem um ato, e uma assembleia geral dos (das) estudantes da USP, na Faculdade de Direito, no Largo de São Francisco.

Por meio deste texto apelamos à chefia e ao conjunto dos professores e demais funcionários, para que se solidarizem com nossa luta e respeitem as decisões e métodos votados pelos estudantes de nosso curso.

Atenciosamente,

Estudantes da História, FFLCH-USP
CAHIS USP

ATO CONTRA AS PRISÕES E OS PROCESSOS!

 

                  Na última assembleia dos estudantes de história realizada na segunda-feira, foi votado o encerramento da greve em nosso curso. Entretanto, a luta pela democratização da Universidade, por cotas raciais, por permanência estudantil e pelo fim da repressão permanece.
Na reintegração de posse da reitoria 2 estudantes do curso de filosofia foram presos e estão sendo acusados de crimes absurdos como furto, dano ao patrimônio e formação de quadrilha. É necessário darmos toda a nossa solidariedade e apoio politico para impedir que esses e quaisquer outros estudantes sejam criminalizados! Lutar pela democratização da Universidade não é crime!
Por isso a assembleia dos estudantes de história deliberou que iremos paralisar nossas aulas na próxima quinta-feira, dia 21/11, e realizaremos piquetes, para que todos possam participar do ato contra as prisões e os processos, que se iniciará na praça da Sé e se encerrará na Faculdade de Direito, onde acontecerá uma Assembleia Geral dos Estudantes da USP.

-Na quinta-feira, às 12h, no bandejão central, serão distribuídos panfletos para divulgar o ato! Venha ajudar também!

-Assine e divulgue a petição:

https://secure.avaaz.org/po/petition/Nenhuma_punicao_aos_estudantes_da_USP_e_retirada_imediata_dos_processos_aos_2_estudantes_presos/?copy&mobile=1

Ata da Assembleia da história-18/11/13

Ata da Assembleia dos Estudantes de História do dia 18/11/13

Informes:

-Plenária departamental extraordinária da história na semana que vem.

-Marcha da Consciência Negra, no dia 20/11

https://www.facebook.com/events/441392529300397/

-Atividades no dia 19/11 “Periferia ocupa a USP”  https://www.facebook.com/events/1397846033787004/

-Marcha da Periferia, no dia 20/11

https://www.facebook.com/events/747312968616632/?fref=ts

  • 1. Greve:

    1° Deliberação: Manutenção da Greve/ Encerramento da Greve Proposta n°1: Encerramento da Greve (Vencedora) Proposta n°2: Manutenção da Greve

    2. Comando de Greve:

    1° Deliberação: Revotar delegados para o comando de greve, para refletir a atual mobilização do curso. Proposta n°1: Contrários à Reeleição dos Delegados. Proposta n°2: Favoráreis à Reeleição dos Delegados (VENCEDORA).

    1°.A. Organização dos Delegados por Chapas, com votação proporcional. Aprovado por consenso .

    Informações Gerais sobre a Votação: 114 pessoas presentes na Assembleia, logo 6 delegados para representar o curso. (6/20)

    Apresentação de duas chapas: 1. Chapa: Em defesa dos lutadores | “pró-greve” 37 votos. (3 delegados) 2. Chapa #2: 50 votos. (3 delegados) 3. Panfletos e Notas:

    1° Deliberação: Aprovar texto para o panfleto do Ato de quinta-feira (15h, na Praça da Sé) Aprovado por consenso

    2° Deliberação: Nota de repúdio às prisões e de solidariedade aos estudantes. Aprovado por consenso. Responsáveis pela nota: Joyce e Mariana.

    4. Calendário:

    1° Deliberação: Incorporação ao ato de 5°f, contra as prisões e os processos às 15h, na Praça da Sé. Aprovado por consenso.

    2° Deliberação: Paralisação na quinta-feira para ir ao Ato e na Assembleia na Faculdade de Direito: Aprovado por consenso. 2°.A. Método para a paralisação de aulas: Proposta n°1: Piquetes (Vencedora) Proposta n°2: Sem piquetes. 2°.B. Carta ao departamento comunicando sobre a paralisação de quinta-feira. Aprovado por consenso. Responsáveis pela carta: Tomas e Lucas.

    3° Deliberação: Panfletagem no bandejão quinta-feira, ao 12h, chamando para o ato de quinta-feira. Aprovado por consenso .

    4° Deliberação: Assembleia dos estudantes de História terça-feira (26/11). Aprovado por consenso.

    5° Deliberação: Incorporação às atividades da ECA em defesa da Prainha e do Sintusp. Aprovado por consenso. 5. Outras Questões:

    1°Deliberação: Que as próximas assembleias só possam ser convocadas pelo CAHis, com no mínimo quatro dias de antecedência. Que se obedeça o quórum deliberado pelo estatuto (3% do curso). Aprovado por consenso.

    2°Deliberação: Pedido para o departamento que as plenárias aconteçam mensalmente em horário de aula, e que os alunos sejam dispensados para particição. Aprovado por consenso.

    6. Indicativo para ser aprovado na Assembleia Geral. 1° Deliberação: Atos nos dias das eleições para reitor. Aprovado por consenso.

    2° Deliberação: Ajuizamento de ação de Improbidade Administrativa contra a pessoa do reitor. Com apoio, para elaboração, dos estudantes da Faculdade de Direito. Aprovado por consenso.

    3º Deliberação: Ajuizamento de ação de Danos Morais contra a pessoa do reitor em função dos danos causados aos dois estudantes presos. Com apoio, para elaboração, dos estudantes da Faculdade de Direito. Aprovado por consenso.

CARTA ABERTA DE AGRADECIMENTO À SOCIEDADE- Inauê Taiguara e João Vitor Gonzaga

CARTA ABERTA DE AGRADECIMENTO À SOCIEDADE:

Caros amigos, familiares e concidadãos,

Gostaríamos de agradecer ao apoio de todos aqueles que se mobilizaram para que nós, Inauê Taiguara Monteiro de Almeida e João Vitor Gonzaga, estivéssemos novamente em liberdade e pudéssemos defender-nos das acusações feitas por policiais da tropa de CHOQUE, que faziam a reintegração de posse do prédio da reitoria da USP. Fomos presos arbitrariamente e de forma violenta.

Temos a consciência tranquila por saber que não estávamos no prédio da reitoria e que não participávamos da ocupação do mesmo. De modo que não temos receio algum de que eventuais imagens das câmeras que estão espalhadas pelo campus apareçam – inclusive exigimos que elas apareçam.

Durante cerca de três horas ficamos desaparecidos, pois se fomos detidos por volta das 05h horas do dia 12 de novembro, às 08h42min deste dia o twitter da PM de São Paulo declarou: “Informamos que na reintegração de posse na Reitoria da USP, ao contrário do que tem sido informado, não houve nenhum detido.” Ora, então onde estávamos se não sentados no chão do ônibus da PM, ao final do corredor, estacionado entre o prédio da reitoria e a biblioteca Mindlin? Talvez tenhamos viajado no tempo, de volta para o período da ditadura. Gostaríamos que esta fosse a explicação mais plausível. Porém, sabemos que infelizmente isto ocorre cotidianamente em plena Democracia e Estado de Direito, com especial recorrência nas periferias e favelas, onde habita a população negra e pobre do país. Aparecemos e estamos soltos, mas somos a minoria destes casos. Sabemos disso.

Se saímos, foi graças à mobilização das pessoas, entidades e mandatos que se engajaram em nos defender. Se não fosse a repercussão política de nossa prisão poderíamos ainda estar presos no Centro de Detenção Provisória de Osasco, ao qual fomos encaminhados pela manhã do dia 13 de novembro.
Enquanto cidadãos que foram presos injustamente, gostaríamos de agradecer a nossos amigos e familiares pelo amor e dedicação que empenharam à nossa liberdade. Eles se mobilizaram desde o momento em que souberam que havíamos sido detidos e conseguiram, em pouquíssimo tempo, acionar uma rede de contatos que nos ajudou a sair da situação em que estávamos.

Queremos agradecer também à dedicação dos advogados Felipe Vono, Maria Lívia, Fernanda Elias, Viviane Cantarelli e dos advogados do Sintusp que deram o seu melhor e conseguiram que recuperássemos a nossa liberdade, bem como a todos os outros inúmeros advogados que nos ajudaram a conversar com nossos entes queridos que estavam para além dos muros da prisão e ajudaram a elaborar a estratégia jurídica que nos permitiu estar mais uma vez em liberdade. Queremos agradecer também ao Deputado Estadual Prof. Carlos Giannazi, que esteve presente conosco por três vezes durante o dia e meio em que ficamos detidos (indo inclusive ao CDP para se certificar que nossa integridade física seria resguardada), à Deputada Leci Brandão que enviou o seu Chefe de Gabinete, Eliseu Soares Lopes, para nos prestar solidariedade no 93º DP. Aos mandatos de Ivan Valente, Toninho Vespoli e Zé Maria que nos apoiaram. Em especial, queremos agradecer ao Senador Eduardo Suplicy que intercedeu por nós. Gostaríamos também de agradecer aos detentos, com os quais fomos levados ao CDP e com os quais dividimos uma cela durante à tarde do dia 13 de novembro, pela solidariedade e humanidade com que nos trataram.

Queremos agradecer às entidades “Grupo Tortura Nunca Mais/RJ”, “Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, Belo Horizonte”, “Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos”, “União de Mulheres de São Paulo” e “Promotoras Legais Populares” e todas as outras que se manifestaram em nosso apoio.
Como membros da comunidade acadêmica da USP, gostaríamos de agradecer a todos os colegas do curso que se mobilizaram e ajudaram a divulgar a notícia de que estávamos presos. Agradecemos ao Centro Acadêmico de Filosofia “Prof. João Cruz Costa” (o CAF), ao CAELL, ao CeUPES, ao CALQ e a todos os Centros Acadêmicos que manifestaram seu apoio para que fossemos liberados e inocentados. Agradecemos ao Diretório Central dos Estudantes da USP, DCE Livre “Alexandre Vanuchi Leme” pelo apoio e solidariedade prestados. Também somos gratos aos professores do Departamento de Filosofia, pois sua manifestação de apoio foi fundamental para que fossemos postos em liberdade. Agradecemos aos colegas do Curso de Áudio Visual Anders R. e Lorena Duarte pela rápida edição do vídeo “Liberdade para João Vitor e Inauê!”. Agradecemos Sintusp que além de manifestarem seu apoio, também disponibilizaram seus advogados para nos defenderem. Agradecemos à Adusp pelo seu
manifesto de apoio. Somos gratos a todos os professores, funcionários e alunos da USP ou de outras Universidades que assinaram alguma das muitas cartas de apoio que circularam. Agradecemos também ao apoio, manifestado em nota, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e do Instituto de Psicologia.
A Reitoria da Universidade de São Paulo já se manifestou acerca dos prejuízos ocorridos no prédio da reitoria e disse que irá investigar e punir os responsáveis por tais danos. No entanto, nada disse sobre a prisão arbitrária de dois estudantes da universidade. Gostaríamos de perguntar se nossa integridade física e moral não merecem a atenção da reitoria, que deveria zelar por toda a comunidade universitária? Nenhuma pessoa se quer veio procurar-nos para saber como estávamos e apurar os relatos sobre como nossa prisão foi feita. Por esta conduta omissa em relação ao que passamos, repudiamos veementemente o silêncio da Reitoria da USP frente à injustiça que ocorreu com dois de seus estudantes dentro do Campus Butantã, principalmente por que a ação de reintegração de posse que culminou com a prisão arbitrária de tais estudantes foi solicitada pelo próprio reitor João Grandino Rodas.

Além de tudo isso, ainda receamos que esta mesma reitoria venha a mover um processo administrativo contra nós. (Quanto a isso, o DCE Livre da USP Alexandre Vanuchi Leme criou um abaixo assinado contra a criminalização do movimento estudantil e pela retirada imediata dos processos que teremos de responder. Quem quiser nos apoiar, o link: https://secure.avaaz.org/po/petition/Nenhuma_punicao_aos_estudantes_da_USP_e_retirada_imediata_dos_processos_aos_2_estudantes_presos/?copy&mobile=1)

Para finalizar, gostaríamos de afirmar que o que aconteceu conosco poderia ter acontecido com qualquer estudante ou cidadão que estivesse circulando naquele local àquela hora. Ficamos desaparecidos por algumas horas, embora estivéssemos em mãos da Polícia Militar. Fomos presos e torturados física, psicológica e moralmente. Acusados de depredação ao patrimônio público, furto qualificado e formação de quadrilha (sendo este último crime inafiançável). Mantiveram-nos longe de nossos familiares e amigos, pois alegaram que nos prenderam em flagrante. Estivemos em seis celas diferentes (em dois DPs e no CDP). Ficamos nus várias vezes. Perdemos as roupas com que fomos detidos – recuperamos apenas nossos tênis, sem cadarços. Rasparam nossas cabeças. E ainda teremos de responder ao processo jurídico que se instaurou contra nós. Nesse sentido, gostaríamos de prestar nossa grande estima e mais altas considerações à lucidez das decisões do juiz Adriano Marcos Laroca e do desembargador José Luiz Germano (em 09 e 15 de outubro, respectivamente) sobre a questão da reintegração de posse do prédio da reitoria da USP, pois tais decisões reconheceram que acionar a polícia militar para resolver conflitos políticos, como o que se dava internamente à USP, poderia culminar em fatos lamentáveis como estes que infelizmente viemos a sofrer na pele.

Toda a arbitrariedade a que fomos submetidos só nos mostra uma coisa: a universidade precisa ser urgentemente democratizada. Como disse a Associação dos Docentes da USP (Adusp) em seu manifesto lançado dia 13 de novembro, esperamos que em breve a USP possa ter a sua estrutura de poder democratizada através de uma Estatuinte livre, soberana e democrática.

Agradecemos sua atenção e pedimos que nos ajudem a divulgar esta carta,

Inauê Taiguara Monteiro de Almeida, estudante do 4º ano do Curso de e Filosofia da USP e membro do Centro Acadêmico de Filosofia “Prof. João Cruz Costa”

João Vitor Gonzaga estudante do 5º ano do Curso de Filosofia da USP e funcionário técnico administrativo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP